De referir que este ilustre Minderico desempenha as funções de Deputado Municipal e ocupa o lugar de Presidente da Mesa da Assembleia Geral do CAORG, pelo que considero de extrema relevância o seu parecer sobre o assunto supra citado.
Aplaudo a sua frontalidade e empenho interessado na discussão das causas da nossa terra, e sem querer criticar ou questionar a sua opinião, apraz-me fazer alguns comentários sobre a referida exposição.
1 – Penso que ninguém em Minde (de bom senso) questiona ou coloca em causa o louvável e meritório trabalho levado a cabo pela direcção do CAORG em prol do desenvolvimento cultural de Minde e do Concelho, pelo que considero um pouco despropositado, que na discussão em causa, se argumente com uma extensa lista de actividades levadas a efeito pela prestigiada instituição durante o ano transacto. Em minha opinião, trata-se de uma questão meramente urbanística e que pouco tem a ver com o excelente ciclo de actividades enunciado.
Aproveito as palavras referidas pelo próprio Dr. Victor Miguel, num comentário nesse mesmo portal, sobre outro assunto (Rua Dr. Totta) : «Confundir estas duas realidades é confundir a nuvem com juno…».
2 - Também, longe de mim, será questionar ou colocar em causa a qualidade dos técnicos consultores do CAORG, que muito respeito.
Pessoalmente apenas critico é a falta de discussão pública sobre o referido assunto que deveria ser promovida pelo CAORG, tal como critiquei a demolição precipitada das antigas escolas. Trata-se de uma possível ocupação de um local público, e a falta de esclarecimento é factor que suscita dúvidas subvertendo a opinião dos cidadãos. Entendo que o êxito deste tipo de iniciativas só é possível com uma participação e empenho das populações.
A falta de transparência apenas provoca o divisionismo.
Na exposição do Dr. Vítor Miguel, foi a primeira vez que ouvi afirmar que existe um projecto para o local. Se existe, deve ser objecto de uma análise pública.
3 – Começa por enunciar o Dr. Vítor Miguel que a opinião exposta é uma opinião meramente pessoal e não na qualidade dos cargos que desempenha, mas em determinada altura, e depois de fazer a apologia do excelente trabalho desenvolvido pelo CAORG, refere :
«Posto isto, surge então a nossa posição, a qual pudemos resumir no seguinte.», para de seguida acrescentar : «Não obstante…a favor da colocação no espaço em referencia, da pretendida construção, para os quais damos a nossa total adesão…» .
Assim, fiquei com dúvidas, se é meramente uma opinião pessoal, ou uma posição oficial como Presidente da Mesa da Assembleia Geral do CAORG.
4 – Como já tive oportunidade de afirmar, entendo que naquele local não deve ser edificado qualquer tipo de construção, quer se trate de um equipamento cultural, desportivo, religioso, escolar, de saúde ou acção social.
Independentemente das prementes necessidades da instituição A ou B, o planeamento e crescimento da malha urbanística das povoações deve ser sustentado com a valorização de espaços verdes e amplos, sendo que Minde carece desse tipo de infra-estruturas.
O Largo das Eiras, pela sua localização central e características, oferece todas as condições para ser um espaço de ócio, de lazer e “descompressão” de edificações.
Só em caso extremo de falta de outras soluções ou alternativas, o que julgo não ser o caso, admitiria que este espaço fosse utilizado para a construção de qualquer tipo de equipamento.
5- Referir que a construção do equipamento que se pretende implantar no local combate a desertificação, pode ter alguma influência, mas é uma falsa questão, assim como não será correcto referir que o CAORG tem uma rotatividade de mais de cinco centenas de alunos e que muitos dos pais desses alunos passariam a frequentar o centro de Minde.
Actualmente o CAORG já está implantado no centro da povoação, e pelo que julgo saber, o leccionamento das aulas da grande maioria desses alunos é efectuado em diversos locais do concelho e não num local centralizado.
Mas, mesmo que interpretemos como verídicos os números apresentados, deixo uma questão :
Como se resolveria o problema do estacionamento nas imediações daquele local?
Será que não iríamos atrofiar ainda mais o já de si deficiente esquema rodoviário que existe na zona histórica de Minde?
5 – Também, para a discussão do assunto em causa, (repito) para mim meramente de carácter urbanístico, entendo não ser o mais correcto e relevante que se aflore e esgrime como argumento o grande trabalho, empenho e sacrifício que os dirigentes das instituições têm levado a efeito, bem como o elevado mérito que estas instituições têm desenvolvido na formação cultural. Uma questão não tem nada a ver com a outra.
6 - «Nós saberíamos fazer melhor?»
É a interrogação quase final do Dr. Vítor Miguel.
Eu respondo: Provavelmente não ! Mas essa questão, só por si, não justifica que não se discuta aquilo que cada um entende que deve ser o desenvolvimento de uma terra.
Se para muitos, tal como para mim, a cultura e a música podem ser muito importantes, para outros o desenvolvimento integrado de uma povoação com espaços de lazer podem ter maior relevância.
Uma coisa não impede a outra, e podemos ter o melhor dos dois mundos, mas não sou apologista de que os meios justificam os fins.
7 – Por último, nada me move contra qualquer instituição de Minde, e muito menos contra a respeitável opinião do autor do texto que originou este artigo.
Tenho opinião própria, sou apologista da construção de um verdadeiro centro cultural na n/ terra, se necessário colaborarei no que for possível, mas pessoalmente entendo que em termos de concepção urbana não deverá ser edificada qualquer construção no Largo das Eiras.
Penso que deverá ser valorizada a Capela de St. António e dotado aquele espaço com uma zona arborizada e estacionamento circundante.
NOTA : Este artigo tem como referência a exposição publicada no minderico.com que pode ser lida em:
http://www.minderico.com/minderico/artigo.asp?cod_artigo=173140
7 comentários:
Aqui não há nenhuma intenção urbanística da parte do CAORG.
Há é uma estratégia muito bem montada para extinguir a SSMindense a médio prazo e integrá-la no CAORG.
E pôs os alunos da banda também a pagar as lições bem pagas, para que o futuro dos professores fique assegurado.
Falem particularmente com os varios membros da banda que eles explicam.
Mas mais tarde ou mais cedo tudo será posto em pratos limpos.
PM,
A utilização da 1ª pessoa do plural, o "nós pensamos", é uma forma de escrita utilizada para vincar uma ideia, para dar a entender que o que se escreve é seguido por mais pessoas ou que mais pessoas concordam com o que é escrito. O coordenador do portal minderico (vmcs), por ex., também usa essa maneira de escrever e, quanto se saiba, não fala por nenhuma instituição em concreto.
É utilizada por algumas pessoas, por exemplo em textos jurídicos ou de opinião. Como o Dr. Vítor Miguel é advogado, penso que se explica.
E, aliás, ele expressou no texto que a opinião era pessoal (não poderia ser de outra maneira, a não ser que para tal tivesse sido mandatado ou se tivesse havido deliberação do PSD local ou do CAORG nesse sentido). Pessoal, mas enquanto minderico, deputado municipal e presidente da mesa da AG do CAORG, pois os cargos são indissociáveis da pessoa e, obviamente, das suas ideias:
"Por fim quero deixar expresso que a posição que apresento é a minha posição pessoal, e não de qualquer uma das várias instituições onde estou enquadrado."
abraço
tenório II
ps: só este reparo porque, de resto, concordo com a tua opinião geral.
A questão das “escolas velhas”
Antes de mais os meus parabéns ao Dr. Vítor Miguel pelo texto do portal minderico, que nos permitiu pela primeira vez ter uma opinião dissonante de todas as que já foram expressadas acerca do tema das “escolas velhas”. E, diga-se, com argumentos válidos a favor da construção das sedes.
Faltou só responder a 2 questões:
“Quer um referendo?”
“Já subscreveu o abaixo-assinado destinado à sua realização?”
Suponho que, se às duas perguntas anteriores “respondeu” afirmativamente, também “vai” incentivar as pessoas com quem contacta (inclusive membros do CAORG, da SMM e do PSD local) a fazê-lo.
É que, estar contra ou favor de um jardim ou da construção das 2 sedes não determina não querer um referendo, não querer ouvir as populações, não querer ver a democracia, no seu estado mais puro, a funcionar…
Já agora, não queria deixar a oportunidade de, independentemente de ser contra ou a favor do jardim ou da construção, protestar contra a falta de informação, gritante e inadmissível, que (não…) existe à volta deste processo. E penso que não serei o único, atendendo ao que se ouve nos cafés e se vê escrito no Jornal de Minde!
Também quanto a isto o Dr. Vítor Miguel nos poderia ter respondido, já que estará bem informado.
Alguém sabe que projecto se está a fazer?
Alguém sabe, da população em geral, quem é o autor do projecto? Houve concurso público? Seguiram-se as regras da contratação pública na adjudicação?
Alguém sabe, em concreto, a quê ou a quem se vai destinar o projecto?
Alguém já veio esclarecer a população? Alguém, quer da Câmara, Junta, CAORG ou SMM já se dignou a informar o Zé Povinho Minderico do que se está a passar ou o que é que se vai passar?
2 exemplos, retirados do texto do Dr. Vítor Miguel:
“O equipamento projectado não vai satisfazer as necessidades do CAORG e da Banda.”
Já há projecto? Já há maquete? Já há alguma coisa?
“Critica-se aliás o mérito pessoal dos autores do projecto”
Mas quem são os autores?! E de quê?!
Sem informações, como é que se pode criticar ou elogiar?!!
Isto é forma de fazer as coisas? Isto é forma de governar e administrar? É forma de gastar o erário público concelhio? É forma de dar destino a imóveis pertencentes à população?
Não me parece. Mas, se calhar, estou errado…
Sempre à disposição, e um bocadinho atónito,
Chance man
Bom dia,
Também concordo que o Largo das Eiras deve ser um espaço de lazer.
Mas, se alguém me conseguir provar que se irá construir um edificio bonito, funcional, com estacionamentos e zonas ajardinadas, não fico a teimar na minha opinião.
O defeito da direcção do CAORG é serem muito presunçosos e não se abrirem à população. Com um pouco mais de abertura e humildade acho que ganhavam muito mais.
O bom trabalho realizado não chega para ser uma boa colectividade.
Respeitosamente,
Um Minderico
O vereador meneses vive em Fátima?!
Desde quando?!
Mas afinal, há ou não algum projecto feito para o espaço das escolas velhas?
Quem é o arquitecto? É o Martins Barata?
Ao menos fizessem um concurso de ideias entre os arquitectos que há em Minde ou no Concelho.
E vamos nós começar a pagar 5% do nosso IRS a esta malta...
{ Também, longe de mim, será questionar ou colocar em causa a qualidade dos técnicos consultores do CAORG, que muito respeito.}
Estes consultores sao tao bons que nao se importam de dar cabo do largo mais bonito de Minde. Palminhas para eles.
Houve outra questão a que o Dr. Vítor não respondeu:
Se o espaço das escolas pertence actualmente à autarquia - tendo esta necessariamente que respeitar o fim a que estava destinado o terreno, que pertencia originariamente à população, sendo provavelmente um baldio comunitário - como é se justifica e legitima a passagem do terreno para uma colectividade semi-privada da terra, sem a população da mesma ser ouvida na questão?!
E já agora, seria curioso saber quem está titulado e a que título, na certidão da descrição predial do prédio, na CRP de Alcanena. E também na matriz predial urbana (finanças). Estas certidões são públicas e baratas, portanto julgo que não existirão lá grandes novidades...
A quem pertencia o terreno antes? Foi destinado a escolas a que título? Doação, expropriação, usucapião da comunidade, era um baldio?
O Dr. Vítor, com ligações privilegiadas à Câmara, à Assembleia Municipal e ao CAORG, bem que poderia responder a estas questões.
Cc
S. da Silva
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