18 abril 2007

Massacre na Universidade dos EUA

"Vocês obrigaram-me a fazer isto.”
Se mais provas fossem necessárias sobre o estado profundamente perturbado da mente por detrás do bárbaro massacre na Universidade Técnica da Virginia, a nota assinada pelo atirador retira qualquer dúvida. Cho Seung-Hui, estudante sul-coreano de 23 anos, foi ontem identificado pela polícia como o assassino que matou a sangue-frio 32 colegas e professores, e provocando ainda 24 feridos. Era um jovem “sossegado” e “solitário”.


Vídeo gravado com telemóvel por um aluno, Jamal Albarghouti

Os motivos por detrás do pior massacre numa escola norte-americana continuam por apurar, mas a nota deixada no quarto do atirador poderá conter algumas respostas. A polícia não divulgou o teor da carta, mas várias fontes falam numa escrita “perturbada”, cheia de ódio contra os “rapazinhos ricos” e os “charlatães enganadores” da universidade.



Um desgosto de amor poderá estar por detrás do seu acto tresloucado. Segundo várias fontes, terá perdido a cabeça porque desconfiou que a namorada, Emily Hilscher, o traía. Na segunda-feira de manhã, após uma violenta discussão no dormitório onde ela vivia, matou-a. Outro aluno que acorreu para ver o que se passava foi a vítima seguinte. Ninguém sabe ao certo o que Cho fez durante as duas horas seguintes. Ao que tudo indica terá ido ao seu quarto, escreveu a nota de despedida, vestiu um colete à prova de bala e saiu de casa com duas pistolas carregadas de munições numa mochila. Entrou em Norri Hall, o edifício de Engenharia, trancou as portas com correntes e desatou a disparar. Calmamente, foi de sala em sala, alvejando metodicamente quem lhe aparecia à frente. O massacre durou pouco mais de dez minutos. No fim, disparou sobre si próprio, arrancando parte do rosto.




O gosto e apetência dos americanos pelas armas tem estes revés.
Para os que se opõem às leis liberais do país, o problema reside no fácil acesso às armas. Para outros, a culpa é da cultura de violência promovida através do cinema, da música e dos videojogos.
O porte de armas é visto como um importante direito civil nos EUA. A maioria dos democratas defende maior controlo, ao contrário da maioria dos republicanos.
38 dos 50 estados norte-americanos contemplam o direito de porte de arma como autodefesa.
Crê-se que há cerca de 200 milhões de armas em circulação nos EUA.
30 000 pessoas morrem anualmente nos Estados Unidos vítimas de ferimentos provocados por armas.
Apesar da frieza dos números, a National Rifle Association, um lóbi poderosíssimo, continua a defender a liberalização das armas.

Este terrível incidente que fez chorar a Améria veio pôr mais uma vez o dedo na ferida na segurança dos cidadãos americanos. È um problema "bicudo". Não é só do foro administrativo, mas mais ainda do foro cultural. Os americanos sempre tiveram armas, e foi assim que conquistaram o Oeste.

1 comentário:

Rosa dos Ventos disse...

Todas as sociedades criam os seus "monstros" e os States têm criado muitos.
Uns ficam lá dentro, outros são exportados!
Foi assim que deram cabo dos índios e é assim que pretendem levar a sua "civilização" e conceito de democracia àqueles povos que têm alguma coisa que eles possam explorar.
Hoje estou azeda perante as muitas dezenas de mortos ocorridas, ontem, em Bagdad!
Esses mortos não são chorados pelos americanos!
Claro que também lamento a chacina na universidade...