03 fevereiro 2007
Aquecimento do Planeta
A temperatura média do planeta subirá de 1,8ºC a 4ºC até 2100, provocando um aumento do nível dos oceanos de 18 a 59 cm, inundações e ondas de calor mais freqüentes, além de ciclones mais violentos durante mais de um milênio.
Estas conclusões, reveladas num documento de 21 páginas, foram anunciadas nesta sexta-feira em Paris pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, em inglês), da ONU (Organização das Nações Unidas).
O comitê do IPCC engloba mais de 500 cientistas representantes de 113 países.
O relatório traça um quadro preocupante sobre o futuro do planeta caso não sejam adotadas as medidas adequadas. De acordo com os especialistas do IPCC, o aquecimento do planeta deve-se, em mais de 90%, às emissões de dióxido de carbono provocadas pelo homem.
O IPCC afirmou ainda que as emissões passadas e futuras de CO2 continuarão contribuindo para o aquecimento global e a elevação do nível dos mares durante mais de um milênio, levando em consideração sua permanência na atmosfera.
Se os países não adotarem os meios para reduzir a poluição da atmosfera, a temperatura média pode aumentar até 6,4%.
Este desajuste modificará totalmente as condições climáticas: provocará ondas de forte calor, as inundações serão cada vez mais freqüentes, os ciclones tropicais, tufões e furacões provavelmente serão mais intensos, os recursos de água potável diminuirão e a elevação do nível do mar pode provocar o desaparecimento de algumas ilhas e superfícies férteis.
As mudanças obrigarão milhares de pessoas a abandonarem suas casas, e o número de refugiados do clima será superior ao de refugiados de guerra, alertam alguns especialistas.
Se o último relatório do IPCC em 2001 nos fez despertar, este é um sinal de alerta. A boa notícia é que nossa compreensão do sistema climático e do impacto humano melhorou, a má é que nosso futuro parece perigoso, afirma a organização em um comunicado.
Diante das previsões desalentadoras, os cientistas esperam que a comunidade internacional apresente uma resposta vigorosa, destinada a reduzir as emissões de dióxido de carbono, através da aliplicação do protocolo de Kyoto, cuja primeira fase expira em 2012.
No entanto, este protocolo ainda não foi ratificado pelos Estados Unidos, que é o maior poluidor mundial.
De acordo com o documento, não importa o quanto a civilização reduza a emissão de gases, o aquecimento global e o aumento do nível dos oceanos vão perdurar por séculos.
"Não é algo que possa ser detido. Nós teremos que conviver com isso", afirmou Kevin Trenberth, diretor de análises climáticas do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica de Boulder, no Colorado.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário