21 julho 2006

Divisionismo Minderico


Nota-se no clima, cheira-se, respira-se… Em Minde existe um certo divisionismo de opinião.
Organizam-se referendos, elaboram-se comunicados, discute-se “entre dentes” e o assunto promete fazer correr muita tinta.
Existem os que apoiam o CAORG no projecto de construção da sua sede (e da SMM) no Largo das Eiras, e os que são contra a sua construção naquele local.
Parece que uns são amigos e outros são inimigos.
Mas a questão pode ser posta assim? Eu acho que não.
Nem os amigos são só aqueles que apoiam o CAORG nesta cruzada, nem os inimigos são todos os que se opõem à construção da sede no local supra citado.
Existe aqui um claro deturpar da questão em causa, sendo incorrectas todas as interpretações que vêm a questão por este prisma.

A verdade é que o CAORG tem o direito de se candidatar à ocupação daquele local (o que ainda não o fez publicamente), mas também é verdade que qualquer cidadão pode opinar de modo diferente. Para mim trata-se de uma questão puramente urbanística, e pelo facto de me opor à ocupação daquele espaço por qualquer tipo de construção, nada me faz incluir na “lista dos inimigos” daquela e de outra colectividade. Apenas tenho uma opinião diferente.
Porquê tanta animosidade em redor deste assunto ?

Façamos o seguinte exercício :
Imaginemos que no mesmo local o VFCM queria construir a sua sede, ou que os BVM queriam construir um novo quartel, ou que a CF da Igreja queria construir um centro de acolhimento, ou que a CMA queria construir um pavilhão, ou os escuteiros queriam construir … etc. etc.
Será que grande parte dos que estão contra ou a favor mantinham inalterável o seu principio de voto? Penso que não.
Provavelmente muitos dos que agora se manifestam a favor da construção mudavam o seu voto, e outros que agora estão contra, se estivessem ligados a qualquer projecto, ir-se-iam manifestar a favor. Chama-se a isto um conflito de interesses.
Minde tem alguma coisa a ganhar com este tipo de quezílias internas? Não.
E porquê que elas existem? Porque as entidades envolvidas (CAORG, SMM, CMA) têm embrulhado este assunto num secretismo absurdo, e pensam que tudo pode ser resolvido entre eles e à revelia da população.
Engano absoluto. Trata-se de uma questão estrutural da Vila de Minde e ninguém gosta de se sentir excluído. Quanto maior o silêncio e secretismo, maior animosidade provoca.
Soluções do tipo “toma lá e cala-te” que o assunto já está consumado não se enquadram nos nossos dias.

Quem se deve estar a rir com tudo isto são os “chefões” de Alcanena.
Encontram aqui o pretexto ideal para deixar arrastar o assunto e não resolver nada. Vão-se refugiar no conflito de opiniões, os anos vão passando, gasta-se tempo e dinheiro em projectos e burocracias e, aposto que não vão “mexer uma palha”.
Talvez lá para o fim do mandato dêem um lamiré do que vão fazer, e mesmo isso será de acordo com as correntes dos votos.
Mas o mais grave é que vão aproveitar-se desta “jogada” para manter inalterável a recuperação dos jardins e da Casa Açores.
Ou eu muito me engano, ou daqui a três anos está tudo na mesma. A ver vamos…

Vejamos o exemplo do Pavilhão Gimnodesportivo.
Está lá, é verdade! Mas demorou quase vinte anos a ser construído (e não havia oposição da população). É isto que desejam para a construção das sedes do CAORG e da Banda?

As colectividades não podem viver isoladas da população e só uma solução consensual poderá fazer evoluir este processo. É visível que grande parte dos cidadãos de Minde preferem que o Largo das Eiras seja convertido num espaço amplo e público, pelo que considero absurdo e um erro crasso continuar a insistir numa “teimosia” que não levará a lugar nenhum. Não sou dono da verdade, mas esta é a minha opinião.

Se queremos realizar obra, há que ser transparentes, dialogar, convergir interesses em busca de soluções consensuais, e só assim estamos prontos para pressionar a CMA e, em conjunto, procurar alternativas económicas viáveis. É uma ilusão pensarmos de outro modo. Sempre foi assim que as grandes obras se fizeram e irá continuar a ser.
De “costas voltadas” nada se resolve !

9 comentários:

Anónimo disse...

A grande maioria da população de Minde é anti-mindrica porque DEFENDE a construção de um jardim nas eiras.

Só os pró-mindricos é que estão CONTRA o jardim.

Raios os partissem a todos estes pró-mindricos tão amiguinhos do verde e das árvores que eles são oh!

Tão cultos que eles são, tão defensoras da natureza, tão tão tão tão

Anónimo disse...

No que me toca agradeço "o raio que me parta" enviado pelo gentil anónimo, mas já enfrentei coisas bem piores por isso estou imunizada.
Para mim não há pró-mindricos nem anti-mindricos,há apenas visões diferentes. Só com diálogo e sem insultos é que se poderá construir um Minde melhor.
Quanto ao verde, adoro.
Até sou do Sporting!

Anónimo disse...

Era assim que eu responderia se me sentisse atingida, o que não é o caso.
Vá lá, gentil anónimo, veja se controla o mau feitio!

Anónimo disse...

O maior problema é a titularidade do terreno em causa. Vai para aí uma grande embrulhada.

Anónimo disse...

Oh Leonilde, um anónimo destes, que, a escrever, não faz rimar a "bota com a perdigota" não atinge ninguém.
Para além das qualidades que tens, Parceira, tens um grande defeito : és do Sporting!

PM disse...

Porquê tanta gente com medo de assinar o nome ?

Anónimo disse...

Não sou de seu pais, mais esse negosso de referendo e meio complicado, tivemos um sobre a liberação de armas, e, a maioria esmagadora escolheu sim, ter o direito de ter um porte de arma.
tudo isso rezolvido no referendo. ...

e... valeu pelo coment no meu blog. vlw!

Anónimo disse...

PM,

subscrevo inteiramente o que escreveste. Tens realmente a capacidade de pôr os pontos nos “is”. Se alguém um dia tiver o desplante de te atacar, em público e, no limite, em qualquer órgão público ou semi-público, fica descansado que não os deixaremos passar impune.

Que terra de merda é esta em que as pessoas não sabem nada do que se anda a passar?!

Que dirigentes são estes, de baixa extracção, por sinal, que se dizem os grandes defensores de Minde e nem sequer informam o povo do que andam a fazer ou o que querem fazer?!

Que câmara é esta?! Vendo uma população alarmada e dividida, não faz nada?!

Isto não são políticos, são tachistas!

Político é aquele que, sem ter qualquer interesse primário na função, defende a população, analisa os sentimentos e necessidades mais profundas da população, tentando servi-la da melhor forma.

Isso no concelho de Alcanena não acontece.

Temos de ter a hombridade de o afirmar: estamos mal servidos d câmara e de oposição!

Ainda não vi nada escrito pela oposição acerca das questões que vão ser objecto do referendo.

Anónimo disse...

A reunião secreta Junta/Camara/Caorg/Banda realizou-se hoje dia 22 de manha na sede da junta